quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

OS LIVROS SÃO A BASE

Quer fossem transmitidos na tradição oral dos textos védicos, nas inscrições da Pedra de Roseta, ou dos Pergaminhos do Mar Morto, os livros sempre estabeleceram as bases da mensagem a ser propagada. Assim como antigamente, hoje em dia também há muitos meios para sua divulgação, ou como se diz no jargão da moda, há muitas mídias. O importante é que o livro exista, para nossa iluminação e reflexão.

Bhaktivedanta Swami Prabhupada sabia muito bem da importância dos livros quando, incentivado e iluminado por Krishna, quis dar continuidade à mensagem de seu guru. Queria ele uma mrdanga que tocasse bem alto e tivesse repercussão duradoura, e por bem traduziu, comentou e escreveu livros que seriam a base de todo o Movimento que ele fundou. Assim como se esforçou para editá-los, Swami Prabhupada pediu que seus discípulos se ocupassem largamente em sua divulgação. Estava formada então a atividade principal do Movimento Hare Krishna, que ajudou na edificação de templos, ashramas, fazendas e, sobretudo, caráter de seus membros. Quatro foram seus textos de lei, o Bhagavad-gita, o Srimad Bhagavatam, o Caitanya Caritamrta e o Bhakti Rasamrta Sindhu, este maestralmente condensado na forma do Néctar da Devoção. Tantos outros foram corolários, que ajudaram a adornar e enriquecer a bela guirlanda, como o Sri Isopanisad, Néctar da Instrução, ou transcrições de inúmeras palestras.

A despeito de outras mídias, livro que se preze tem que ser escrito, editado e impresso em papel e com cheiro de tinta e, de preferência, com capa e ilustrações. Nada contra outros meios de divulgação, como música, cinema ou teatro, mas livro é livro, e biblioteca é biblioteca, para sempre. Muito se fala em livro eletrônico, para se ler na tela de computador, ou livro oral, para se ouvir em um walkman, mas até agora nada desbancou o primeiro lugar reservado ao livro impresso, preto no branco. Estamos longe da época áurea quando o texto de um livro era mantido intacto através unicamente da tradição oral.

Também, o objetivo do livro é informar, estabelecer regras, dar diretrizes. Deixa-se o espaço do entretenimento para as outras mídias. Salvo felizes exceções, como o Livro de Krishna, escrito para cativar o leitor na forma de descrições de passatempos transcendentais, ou o Mahabharata, com sua trama política, romântica e heróica, os livros sempre lutaram para, paralelamente, ser educativos e informativos, prender o interesse e a atenção. Mas, tem-se que admitir, nesse item outras mídias estão à frente. Quantas não são as linhas que se embaralham quando lutamos contra o sono ao lermos livros, importantes e até interessantes? Creio que isso faça parte da equação de nossas vidas: como educar e entreter ao mesmo tempo.

Críticas favoráveis ou não a respeito, o livro estrutura as bases, dando os alicerces para um novo pensamento, criando novos conceitos e destruindo tantos outros em nossas cabeças. Por essas e tantas, o livro continua imbatível e é o meio de comunicação mais sólido para se formar a base de uma sociedade duradoura, rica e cultural.
Bhaktivedanta Swami Prabhupada, com toda a sua genialidade, sabia muito bem dar a importância devida aos livros. Tanto foi que priorizou deveras a criação de sua própria editora, a Bhaktivedanta Book Trust (BBT), para a publicação de livros e revistas, principalmente a Volta ao Supremo. E, mais ainda, pediu a seus discípulos e seguidores que continuassem com esse trabalho de base, escrevendo livros de acordo com suas próprias realizações.

Iswara Das.

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